Em Jogo de Cintura Especial, vítimas de violência doméstica contam histórias de dor e recomeço

Em Jogo de Cintura Especial, vítimas de violência doméstica contam histórias de dor e recomeço

Foto: Vinicius Becker

A cada 24 horas, em média, 13 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no Brasil em 2024. Os dados, que fazem parte da pesquisa “Elas Vivem: um caminho de luta” produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, refletem uma realidade marcada pela dor, o medo, a tristeza e a vergonha. Mas também pela coragem, a força, o autoconhecimento e o recomeço.

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Na sexta-feira passada (5), foi ao ar o 13° episódio do Jogo de Cintura Especial pelo Fim da Violência contra a mulher. Com o tema “As vozes das vítimas”, a jornalista e apresentadora do programa, Fabiana Sparremberger recebeu nos estúdios da Rádio CDN a dona de casa Haide Peterman, 60 anos; a ozônioterapeuta Marcela Medeiros, 42; a professora da rede municipal Marciely Gutierrez, 34, e a contadora Taína Dutra, 41, que compartilharam relatos sobre as situações de violência doméstica e familiar vivenciadas.

O Jogo de Cintura Especial é uma parceria do Grupo Diário e do Juizado de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Santa Maria, e busca divulgar ainda mais a Lei Maria da Penha (11.340/2006) e a rede de apoio criada a partir dela em todo o Brasil, encorajando que mais pessoas saiam do ciclo de violência.


“Eu não sabia o que era ter paz dentro de casa. Não tem preço ter paz e tranquilidade” - Haide Peterman

Foto: Letícia Ávila

Dos 60 anos de vida, 42 foram de medo e dor para a dona de casa Haide Peterman. Com origem simples, ela se viu presa a um casamento repleto de promessas quebradas e humilhações. Ao lado de outras participantes do Jogo de Cintura, ela compartilhou as peripécias vividas até dar um basta no relacionamento:   
Eu passei por uma situação muito difícil. Mas, no momento que estou vivendo hoje, já me sinto uma pessoa muito feliz, aberta, e eu não era assim. Eu fui casada durante 42 anos, passei por muitos maus-tratos, tanto eu quanto meus filhos. E demorei muito para ver isso. Ele sempre falava que ia mudar, e eu acreditava nisso. Mas o “mudar” não chegava nunca.

Durante anos, Haide tentou sair do relacionamento, mas não obteve sucesso. A situação se complicou ainda mais, com as mudanças de endereço realizadas pela família. 

Eu morei em Goiás durante três anos e ele me botou para dentro de um hospital. Ele me deu tanto soco no rosto, que eu fui parar no hospital. Eu fiquei com o rosto e as minhas orelhas, tudo roxo. Eu vim embora para Restinga Sêca e ali, eu apanhava tipo bicho. Eu tinha uma filha, naquela época, com 11 ou 12 anos. Ele chegou um dia bêbado em casa e cortou o cabelo dela com uma faca. Aquilo me machucou profundamente. Eu vim para Santa Maria, meio fugida, quando meus filhos já eram adultos. Ficamos separados durante meio ano e, depois, voltamos porque ele disse que ia mudar. Mas a minha vida em Santa Maria voltou a ser um verdadeiro inferno. Eu tinha chances de trabalhar, porque sempre fui uma pessoa muito amistosa e todos me queriam bem. Mas, enquanto eu não pedi as contas, ele não sossegou – conta.

O ciclo de violência vivido por Haide chegou ao fim em outubro de 2023. Emocionada, ela relembra os momento que antecederam o fato e a importância da rede de apoio criada em Santa Maria:

 – Quando se mora para fora, ninguém vê nada. Você apanha, fica roxa, se cura e não tem para quem apelar. Mas aqui em Santa Maria não é assim. Os vizinhos escutam e quando se vê, chamam a polícia e ela está na frente da tua casa. Na época, eu tive incentivo (para denunciar) de uma amiga minha que morava nos fundos de casa. Ela disse: “Haide, está na hora de você tomar uma providência. Isso aí não pode acontecer. Você é uma pessoa maravilhosa. Esse homem chega bêbado em casa, faz gato e sapato de ti. Isso não pode.” De dentro da casa dela, ela chamou a polícia. Aquele dia, ele me deu um soco na boca e um em cada seio, pegou o carro e saiu. Quando a polícia veio, eu fui fazer o BO (Boletim de Ocorrência) e eles me disseram: “Tem para onde ir?”. E eu disse: “Tenho meus filhos aqui, mas não quero ir para lá, porque ele vai me procurar lá e me incomodar”. Então, fui para uma casa de apoio.

Haide foi encaminhada para a Casa Abrigo Maria Madalena, um espaço sigiloso em Santa Maria para mulheres com medidas protetivas, acompanhadas ou não pelos filhos. O local, que existe desde fevereiro de 2023, busca garantir a integridade física e emocional das mulheres, além de auxiliar no processo de reorganização da vida e resgate da autoestima.

Aquilo foi um incentivo maravilhoso para mim. Eu tomei conta da cozinha, ajudava as gurias e fazia a comida. O juiz me disse: “Haide, a casa é sua! Você não fica só se não quiser” e eu estava afim de sair. Nesse meio tempo, encontraram o desgraçado e ele foi preso. Depois que eu me separei, ele foi preso duas vezes, porque me perseguiu. Então, depois de ficar 14 dias lá (no abrigo), voltei para casa – relembra Haide.

Com o apoio de Fabiana, Taína, Marcela e Marciely, a dona de casa abriu o coração e falou sobre a importância do recomeço, deixando um recado para os telespectadores:

Eu não sabia o que era ter paz dentro de casa. Hoje, sinto-me uma pessoa feliz. Não tem preço ter paz, tranquilidade e o amor dos meus filhos, da minha nora, do meu genro e da minha neta. Hoje, eu sei o que é viver bem. Eu quero dizer a todas as mulheres que passam por isso que levantem a cabeça e mostrem que são capazes. Eu lutei e ainda estou lutando.


“Demorei para compreender as questões de violência que ocorriam comigo” – Taína Dutra

Foto: Letícia Ávila

O processo de autoconhecimento foi essencial para que a contadora Taína Dutra, 41 anos, saísse de um ciclo de violência antigo. Mãe de quatro filhos, ela deu um basta aos abusos vividos dentro e fora de casa.

Eu vejo que a questão de violência não se dá só em relacionamento amoroso. Ela está dentro da sociedade de formas que desconhecemos. Eu venho de uma família, na qual meu pai era muito violento e agredia a minha mãe. Então, demorei para compreender as questões de violência que ocorriam comigo. Em diversos relacionamentos, eu sempre vivenciei algum tipo de violência, mas que eu não sabia. Eu era funcionária, por exemplo, de um banco e atendia clientes, mas não podia me relacionar com eles ou cumprimentá-los externamente. Tinha que dar muitas explicações e, às vezes, não podia usar a unha de uma cor que a pessoa ali não gostava, porque dizia que tinha algum sentido além da da minha apresentação pessoal. Hoje, vejo tudo como um quebra-cabeça – relata a contadora.

Há cinco anos, Taína foi agredida pelo ex-companheiro após retornar de um evento. Os momentos de dor, angústia e medo foram compartilhados com as demais participantes durante o Jogo de Cintura Especial:

Ele avançou as duas portarias e a porta do apartamento. Isso nunca havia acontecido. Eu tinha uma taser (arma de choque) no painel da minha televisão, mas fui pega de surpresa. Eu fiquei no segundo andar, sendo agredida e eu não tinha como sair, a não ser que pulasse da sacada. Eu fingi que estava desmaiada enquanto ele me batia e consegui me desvencilhar. Quando eu fugi, caí na escada e ele tentou puxar o meu cabelo. Eu me joguei com tudo e ele não conseguiu me segurar. Nisso, a vizinha conseguiu entrar no apartamento. No momento que ele escutou a polícia, não tinha mais o que fazer, e ele acabou fugindo.
Após a agressão, Taína entrou em um ciclo de sofrimento psíquico, no qual a vergonha predominava.
Fiquei totalmente debilitada, tomando medicações. Eu queria de uma forma sumir, me esconder. Eu me sentia humilhada, envergonhada e exposta. Eu só sabia repetir: “Eu não fiz nada”. Eu ficava tentando me explicar. Quando a minha tia me levava na Unimed para fazer uma tomografia, ela me mandou parar e disse: "Não tem, não tem nada que justifique isso que aconteceu contigo". E eu lembro daquela reflexão. Nada justifica uma agressão, seja com uma mulher, seja com animal, seja com qualquer ser humano. Ninguém tem direito sobre o outro – afirma a contadora.

Para Taína e outras mulheres vítimas de violência doméstica, a Lei Maria da Penha tem sido um amparo, porque prevê além da medida protetiva, outras ferramentas de acolhimento e assistência. Visivelmente emocionada, a contadora falou sobre as “sequelas” da violência doméstica:

 – A dor física vai embora, mas a dor emocional nunca sai. Eu ressignifico para conseguir viver e seguir em frente. Mas nunca vou esquecer.


“Quando a violência doméstica entrou na minha vida, toda a família sofreu"– Marciely Gutierres


Foto: Vinicius Becker

A educação salva vidas. E para a professora da rede municipal Marciely Gutierres, 34 anos, deu novos propósitos. Na pesquisa de mestrado “A escola como rede de apoio no enfrentamento da violência doméstica”, ela traz resultados de estudos e reflexões, muitas vezes, pensadas a partir da própria experiência. Em 2024, Marciely foi vítima de duas tentativas de feminicídio, sendo uma delas presenciada pelo filho pequeno. A lembrança do menino assustado foi o que impulsionou a professora a buscar ajuda:
Eu me questionava muito, mas o que será que eu estou fazendo para estar passando por isso? Será que é necessário passar por isso? Depois que se vira mãe, você se pega pensando nisso. Mas eu digo para todas as mães: é muito melhor ter uma mãe viva do que um filho não ter mãe. A primeira vez que eu fui parar numa delegacia, eu olhei na estante da minha mãe, que foi para onde eu consegui correr para ligar para a polícia e vi a foto do meu filho. Eu me agarrei naquele quadrinho e levei comigo como se fosse um amuleto. Eu fui todo o caminho com ele dentro do carro da polícia até chegar na delegacia. E aquilo me deu força para romper aquele ciclo. Não foi por mim. Foi pelo meu filho.

A família também foi essencial para Marciely, que nunca imaginou tornar-se vítima de tamanha brutalidade. 

Quando a violência doméstica entrou na minha vida, toda a família sofreu. O meu pai tem 70 anos, e somos eu e a minha irmã. Fomos criadas com muito amor e carinho. Ele sempre nos incentivou a dar valor ao estudo, porque é a única coisa que ninguém tiraria da gente. Eu cresci nesse ambiente. Então, quando o que via nos noticiários acontecia dentro da minha própria casa, foi muito difícil. Levou tempo para cair a ficha – conta.

Nos últimos anos, o Brasil tem investido em campanhas e estimulado a denúncia de casos de violência doméstica e familiar também por parte de vizinhos, amigos e conhecidos. A medida requer empatia, algo que poderia ter feito a diferença anos antes na vida de Marciely:

Na primeira tentativa de feminicídio que eu sofri, eu fiquei na sacada. Inclusive teve vizinhos que passaram rindo pela rua. Não houve a coragem de alguém ir até o local. E, às vezes, as pessoas nem querem. Se isso acontecer, querendo ou não, você também estará sendo conivente com aquilo. Eu acredito que a violência doméstica, quando chega nesse ponto, é uma violação dos direitos humanos. É mais do que só a violência doméstica. Essa é uma discussão importante de fazermos, enquanto sociedade, porque essa consciência também precisa ser dos homens.

Hoje, Marciely segue empenhada em criar uma geração de alunos empática, consciente e que respeite as diferenças. Na rotina, ela luta para ser feliz e seguir em frente, reaprendendo a viver sem medo.

“Autoconhecer foi a única coisa que me ajudou" – Marcela Medeiros

Foto: Letícia Ávila

O amor próprio permitiu que a ozonioterapeuta Marcela Medeiros, 42, encontrasse forças para lutar após tantas adversidades pessoais e amorosas.

Ele (o agressor) chega na vida da gente geralmente quando passamos por um trauma. Foi exatamente assim comigo. Eu vim de um casamento muito bom, mas que infelizmente me machucou. Depois que fui sequestrada, encontrei esse homem. Eu estava em pedaços e ele foi tudo para mim. Era a solução. Eu tinha encontrado o príncipe encantado.

Mas, em pouco tempo, a situação mudou e Marcela passou a ser vítima de diversos tipos de violência, principalmente da psicológica. Durante o Jogo de Cintura Especial, ela compartilhou o que considera um sinal para seguir em frente: 

Eu lembro que, na nossa primeira briga, ele queria conversar. E eu pensava que isso era bom, mas era ruim. Eu não conseguia pensar ou decifrar aquilo ali. Eu cheguei uma vez no meu psiquiatra dizendo: “Por favor, me ajuda. Eu faço meu marido me bater”. E ele disse que não era verdade. Ali, eu comecei a entender o processo, mas eu já estava doente. Eu demorei 10 anos. Passei por um câncer, mas acho que foi apanhar na frente do meu filho que mudou tudo. Eu acordei com ele em cima de mim e o ex dizia para ele: “Ela está brincando. Está se fazendo”. Ali, eu vi que nada iria ali.

Durante anos, a vergonha fez com que Marcela abandonasse a família e os amigos. Nesse período, o autoconhecimento se tornou um aliado para se defender e retomar a vida:

– Autoconhecer foi a única coisa que me ajudou. Eu vejo muita gente falando sobre as amizades e rede de apoio, mas eu estava sozinha. Então, busquem ajuda. Vá atrás de terapia, porque é só assim que você irá se conhecer.
Ao fim do programa, a ozonioterapeuta desejou coragem, força e esperança no amor para mulheres que já saíram ou para que ainda permanecem no ciclo de violência doméstica e familiar.


Fique atenta aos tipos de violência

Na Lei Maria da Penha (11.340/2006), estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher: 

  • Física – Qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher
  • Psicológica – Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões
  • Sexual – Qualquer conduta que force a mulher a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força
  • Patrimonial – Qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades
  • Moral – Qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria

Como pedir ajuda

Delegacia de Polícia Online da Mulher

  • Para registros de ocorrências e pedidos de medidas protetivas
  • Acesse o site https://www.delegaciaonline.rs.gov.br

Centro de Referência da Mulher (CRM)

  • Onde – Rua Tuiuti, 1.835, Centro
  • Quando – Segunda a sexta, das 8h ao meio-dia e 13h às 17h
  • Informação – Telefone (55) 3174-1519 / Whatsapp (55) 99139-4971
  • E-mail – [email protected] 

Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA)

  • Onde – Avenida Nossa Senhora Medianeira, 91, Bairro Medianeira
  • Quando – 24 horas (inclusive finais de semana e feriados)
  • Telefone – (55) 3174-2225 ou 190

Defensoria Pública de Santa Maria

  • Endereço – Alameda Montevideo, 308, Sala 101, Nossa Senhora das Dores
  • Quando – Segunda a sexta, meio-dia às 18h
  • Telefone – (55) 3218-1032 e 129
  • E-mail – [email protected] y Em casos de emergência, disque 180 ou acione a Brigada Militar pelo 190

Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam)

  • Onde – Rua Duque de Caxias, 1.159, Centro
  • Quando – Segunda a sexta, das 8h30min ao meio-dia e das 13h30min às 18h
  • Telefone – (55) 3174-2252 ou 98423-2339

Rede de apoio

  • Central de Atendimento à Mulher – 180
  • Ciosp – 153
  • Juizado da violência doméstica – (55) 99617-5702

O papel do jornalismo na defesa a vida

Apresentado pela jornalista Fabiana Sparremberger, o Jogo de Cintura Especial pelo Fim da violência contra a mulher é uma parceria do Grupo Diário e do Juizado de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Santa Maria. Desde abril, o programa tem debatido com homens e mulheres sobre fatores que podem estar contribuindo para o atual cenário de violência doméstica e familiar no país.   Os episódios podem ser assistidos pelo canal do Diário no YouTube (www.youtube.com/@DiarioSM). Veja abaixo os temas já debatidos: 

  • 1º episódio y Tema – Criada frente parlamentar de homens pelo fim da violência contra a mulher (14 de abril)
  • 2º episódioy Tema – 10 feminicídios no RS em 4 dias (24 de abril)
  • 3º episódioy Tema – Como a escola pode ajudar na causa humanitária (12 de maio)
  • 4º episódioy Tema – O que é a violência doméstica? Nomear é resistir! (27 de maio)
  • 5º episódioy Tema – Por que é tão difícil sair do ciclo da violência doméstica? (6 de junho)
  • 6º episódioy Tema – As medidas protetivas são eficazes? (25 de junho)
  • 7º episódioy Tema – A rede de apoio para as mulheres vítimas de violência doméstica (10 de julho)
  • 8º episódioy Tema – A mulher negra e a violência doméstica: entre o racismo e o machismo (28 de julho)
  • 9º episódioy Tema – Ciúme saudável existe ou ele evolui sempre para algum tipo de violência? (4 de agosto)
  • 10º episódioy Tema – Agosto lilás: como Santa Maria se programou para vivenciar este mês de conscientização e prevenção da violência contra a mulher e os avanços desta causa humanitária na cidade (5 de agosto)
  • 11° episódioy Tema – Homens que agridem mulheres: quem são eles? (13 de agosto)
  • 12° episódioy Tema – Você não está sozinha: um manual de acolhimento, informação e empoderamento para mulheres em situação de violência (25 de agosto)
  • 13° episódioy Tema – As vozes das vítimas (5 de setembro)




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